terça-feira, 19 de julho de 2011

Só desabafando um pouco com o teclado,A palhaçada do Século

[Escrevi este texto num momento da minha vida em que eu não conhecia a cura que há em Cristo. Eu ainda vivia no passado e procurava respostas para a pergunta classica da minha vida: eu esqueceria aquela decepção? Glorifico ao Senhor porque desde 2012, encontrei a Cura: Cristo Jesus, o Messias de Israel ressuscitado e adorado por mim e meus amigos da Sara Nossa Terra Caxias do Sul]



Quando eu desci daquele ônibus numa rodoviária de SC contigo,

eu tava toda amassada de vir no último banco desde São Paulo.

Amassada que eu digo, é com aquelas marcas no rosto de dormir dobrada de mau jeito.

A minha roupa me deu muito calor e as malas estavam todas no bagageiro embaixo, então você me emprestou uma bermuda tua e uma camiseta que tinhas na mochila.

Eu fiquei com aquela bermuda estilo skate e camisetão teus e um tênis estilo aquelas congas de surfista que eu tinha na época.

Descemos ali onde eu não me lembro o nome da cidade, mas era antes de chegar em Araranguá.

Olhei o imenso rio, as montanhas catarinas, me vi no vidro da rodoviária.

Parecia um guri, mas feliz, feliz eu tava. Estiquei meu corpo enquando tu comprava alguma coisa pra comer...Talvez um refri, eu não lembro o que era.

Tava feliz de estar contigo, mas tava morrendo de medo do que iria acontecer com a minha vida.

Eu sabia que a grana tava acabando, que eu precisa voltar pra São Paulo estudar meu tão sonhado Jornalismo, e sabia, principalmente, que eu tinha transado contigo sem camisinha.

Eu tava morrendo de medo de você deixar algum dia de me amar daquele jeito louco, de quem vivia vindo atrás de mim, onde quer que eu estivesse com olhos de cachorro que cai da mudança, me pedindo pra deixar qualquer coisa que eu estivesse fazendo e voltar contigo.

Eu sabia, que quando esse dia chegasse, tudo aquilo que eu deixei de lado, até poderia ter volta, mas às custas de algum sofrimento que eu nem sabia o quão intenso podia ser.

Eu deixei tudo então: meus amigos malucos, minha faculdade adventista que eu planejara desde a adolescência, minhas festinhas em repúblicas, a perspectiva de me formar com aquela galera, o sonho de indiar o mundo.

Acho que eu não tinha noção do que eu estava fazendo.

Não era nenhuma inocente, sabia calcular consequencias, mas o momento, era maior que qualquer cálculo meu.

Eu sabia que era errado voltar nas férias de julho de 2006 contigo pro RS, até porque, no ano anterior, eu tinha feito isto, e não tinha voltado.Fiquei o segundo semestre de 2005 em Caxias contigo, trabalhando e dormindo nos finais de semana.

Volta e meia eu fazia indiadas contigo de moto, e quase sempre voltava empurrando porque tu nunca tinha gasolina.

E a gente vivia brigando.

Tu me esperava na porta do curso de inglês quase sempre bem antes de acabar o curso.A tua ansiedade passava pra mim. Eu que sempre curti aprender, aulinhas de tudo,tudo, não queria mais nem saber de nada. Só ficar contigo.

Mas eu vivia me irritando com a tua mania de me separar dos teus amigos.

Quando tu estava com eles, eu não podia chegar perto.

Eu era a guria de vidro que tinha que ficar separada, quase que domesticada - sim, porque antes de tudo isto, eu era uma desbravadora acampante, lider de grupos ali no Tapajós, metedora de pilhas pra quem quisesse fazer aventuras na natureza.

E agora eu tava ali contigo, curtindo o que até hoje chamo de amor, e que meus amigos e parentes chamam de doença.Dentro de casa, infeliz.

A única coisa de bom, era ficar contigo.

Eu queria sair às vezes.

Tu não deixava. Me xingava.

Mas tu podias sair. Nem precisava dizer onde, somente: "Vou sair!"

Afff.....

Eu sabia exatamente o que me esperava se eu deixasse outra vez a faculdade.

Mas eu fui novamente, assim que tu apareceu em maio de 2006.Movida pelo que sentia, e que não sabia conter.

E há exatos 10 dias de junho, eu engravidei, no primeiro ano do curso de Jornalismo, aos 19 anos, na cidade de Engenheiro Coelho, interior de SP, perto de Campinas, lugarzinho onde fica a Universidade Adventista de São Paulo, ou para nós alunos, "a Bolha do Unasp".

Eu sabia disso, não podia ser diferente, eu não tinha me precavido.

Eu te amava.

Embora isto não fosse suficiente para reparar tudo aquilo que eu estava deixando de fazer, eu me consolava ao pensar que pelo menos, a criança seria filha de alguém que, apesar de tudo, eu amava.

Filha de um amor desatinado.

A gravidez foi super difícil em termos psicológicos em função da ruptura dos estudos, dos amigos longe, da falta de um espaço só meu, da descoberta de que, agora, era eu a responsável por alguém.

Me irritei tanto com as responsabilidades financeiras sendo assumidas pela tua família, ao invés de serem por ti.

Isso me irritou, me magoou, doeu tanto.

E outras tantas coisas doeram ainda mais.

A ausência, a solidão que senti, o medo de nunca mais ser alguém, de ter que me destinar a ser dependente dos outros.

Eu queria trabalhar, voltar a estudar, esquecer que você existia.

Eu não conseguia nenhuma destas coisas.

Muitas noites eu sonhava que os colegas de São Paulo vinham me buscar e diziam: vamos, voce não está grávida!

Eu acordava arrasada.

Eu ainda lembro da minha barriguinha protuberando em uma calça jeans escura e os pés dentro daquele tênis Reef.

De tudo isto, o que realmente tenho de bom, é a Paola.

Ela nasceu e foi tudo péssimo nestes primeiros anos da vidinha dela.

Graças a Deus ela teve saúde,nasceu perfeita.

Eu tava numa onda ruim como se diz.

Vivi estes primeiros 3 anos da vidinha da minha filha,com tanta dor.

Eu a deixei tantas noites sob os cuidados da tua mãe para que eu fosse a faculdade e isso foi muito útil para mim.Mas me afastou dela.

Eu às vezes me pergunto se, num primeiro momento da minha relação contigo, eu tivesse um pouco mais de obediência e compreensão, se ainda estaríamos juntos.

Talvez sim, mas eu estaria infeliz.

Esmorecendo.

Fenecendo.

Morrendo,

Desaprendendo tudo que sei sobre intensidade, verdade, amor, realidade, vida.

Nâo por tua culpa, mas por minha, de me deixar morrer ao teu lado, só pra não largar o osso.

Estou hoje, há 06 anos de todos estes acontecimentos,

Temos uma filha de 04 anos.

Passaram-se 11 anos desde que te beijei pela primeira vez e 07 anos desde o nosso primeiro contato íntimo.

(Suspiro profundamente)

Ainda não encontrei a cura.

Dizem que novos amores curam amores antigos.

Não sei.

Em minhas outras experiências, julgo que o amor é único, e que as outras coisas são apenas aventuras.

Aventuras porque, se não se pode viver o amor, vive-se a aventura.
 [Mentira: amor de verdade é respeito e santidade, e hoje eu vivo isto!Aleeeluia!heheh]


Desculpe dizer tudo isto.



Quando eu olho para a os olhos da Paola, eu penso em você. [Não penso mais!! Rá!]

Seu imbecil!

Porque enquanto não tínhamos a Paola, vivíamos perdoando mil e um erros cometidos entre nós. Até traições - sim, porque quando eu morei em SP pela segunda vez, eu até namorado tinha, e tu nem se importou e foi de atrás lá.

Agora vem com estes papinhos de "eu tenho meu orgulho".

Se bem que tu nem falou nada disso.

Eu que estou presumindo.



É uma barbárie aos meus olhos duas pessoas que se amavam tanto, se abandonarem justamente quando tem uma filha para criarem,

Uma filha linda aliás.



Não entendo o mundo.[hoje eu amo a Obra do IDE!!]

Sei apenas que preciso confiar em Deus.

Porque Ele sabe o que faz.



A Ele entrego, pela trilionésima vez, este assunto.



Me dirige Senhor!

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