domingo, 9 de janeiro de 2011

O tatuador achou meu telefone???

O domingo tava muito parado, muito abafado.
Peguei a moto e fui na casa de todo mundo que pensei que pudesse sair comigo dar uma volta, e todo mundo tava muito parado , muito lesado por conta do calor e da falta de fazer.
Então nessas minhas idas e vindas, eu achei um futebol pra ir jogar das 7 às 8 da noite.
Mas isso eram apenas 3 da tarde.
Resolvi ir pro outro lado da cidade na casa da minha mana.
Coloquei meu celular no bolso, meu baita celular que tira foto, touch screen, que eu paguei só uma prestação e faltam 9 no cartão de crédito. O mais f* que já tive.
No fim da tarde, quase 7 da noite, eu tava do outro lado da cidade, dei tchau pra minha amiga e tava indo pro meu dito jogo.
Me apavorei quando não encontrei o celular no bolso.
Véio, eu tinha certeza que tava no bolso.
Chegou me dar um impacto interno, um pavor quando pensei que podia ter perdido. Ou sido roubada.Ou esquecido numa das tantas casas que passei e alguem quisesse me sacanear e não me devolver.
Putz!
E todos os meus contatos!
Eu sempre perco celulares, nenhum ficou um ano na minha mão, mas este...Este foi o primeiro que me dei o trabalho de comprar na loja e de parcelar.
Que pavor.
Mentalmente refiz o caminho de ida e voltei na casa da minha irmã, onde estivera antes de ir para minha amiga.
Viramos a casa e nada.
Voltei pro lado de cá da cidade, voano na minha moto, para chegar antes do jogo e passar na amiga que eu tinha combinado o jogo. Não tava lá.
Ligamos no numero e nada.
Enfim atenderam.
Um tal de Júnior.
Disse que achou o fone lá, do outro lado da cidade, de onde eu acabara de sair.
Eu disse me espera na frente do mercadinho.
Daqui 15 minutos tô aí!
Ele disse que sim.
Fui voando, agora de calção, meias e tenis de futsal, com a minha amiga na garupa - a gente ia pegar o telefone e ir pro jogo.
Atravessamos a cidade a mil. Deu mais que 15 minutos. Bosta!
O cara não tava lá. Pra piorar não atendia.
Nem a cobrar, nem normal.
Quando atendeu, disse que não poderia voltar, que ia sair e que morava no Vale Verde!
Porra!
Eu fiquei pálida, roxa! Não é nada 500 pila, mas tu pode fazer tanta coisa com essa grana, e logo eu que não gosto de gastar com essas futilidades, quando resolvo comprar, ainda perco...
Fiquei paranóica bons minutos na frente daquele mercadinho, abortando qualquer cara que pudesse se chamar "Júnior" e pedindo "tu é que achou um celular?"
Obviamente não né.Nenhum dos caras.
Eu tava desolada.
A Jana disse pra gente ir na polícia dar queixa por perca e bloquear.
Eu não queria acreditar!
Resolvi ir na Civil, no centro registrar ocorrencia.
Nos largamos pro centro.
Meu, que tristeza a minha, ficar 10 meses pagando o que eu não tinha mais.
No centro, altura do posto da Júlio, tocou o celular da Jana, ela gritou pra eu parar a moto!
Estacionei no canteiro central.
"Tu vai lá em casa então?" - Ela falou no cel.
Eu desesperadamente fiz sinal de 10 com o polegar dizendo "sim,sim, diz pra ele que nós vamos até ele..."
Ela disse "não Gabriela, não é pra ti a ligação!"
Droga, pensei.
"Pera, 'Vai amanhã no meu trabalho que agora to saindo"
Tinha um endereço na Julio mesmo, perto de onde estávamos.
Voamos pra lá.
Chegamos lá, tava fechado.
Eu apertei o interfone que dizia na mensagem como nunca.
Desesperada. Nem o zelador abria.
Domingo véio, quem seria o cara que estaria no trabalho?????
Cara...
Que decepção, será que o loco tinha pego o celular, não queria devolver e tava tirando uma onda com a gente nos fazendo rodar pela cidade?
Já desistindo de tocar o interfone, a Jana disse que o loco tinha mandado a mensagem do celular dele, não do meu mesmo.
Ela falou o número e disse grava aí Gabi!
Eu revoltada falei " como é que eu vou gravar guria, to sem celular e sem condições de gravar nada na cabeça!"
Nisso olhei pra cima, pra placa na sobreloja do prédio e tinha em letras pequenas o nome de um tatuador e...AHhhhhhhhhhhhhhhh!
O número que a Jana falou!!
É esse mesmo Jana?
É esse Gaby!!!
Cara, deve ser verdade!!
Lemos de novo a mensagem e reparamos que não lemos os pontos e as vírgulas da mensagem.
Se tivessemos considerado a pontuação da mensagem, entenderíamos que ele disse que hoje iria sair, mas que era para buscarmos o celular no trabalho, dele no endereço detalhado, inclusive com ponto de referencia, numa área bem central.
Analisei: "O cara escreve corretamente....bom sinal."
srsr...
Ja sei que o cara se chama Junior e é tatuador.
Será que vou ter de volta meu Corby DJ da Samsung que ainda não paguei?
Amanhã eu conto!!!
Aquela placa do tatuador com o fone conferindo com o da mensagem, mais o texto escrito decentemente me deixaram mais tranquila.
Mas em paz mesmo só vou ficar quando ele tiver de volta na minha mão.
Juro que vou comprar um porta celular de levar no pescoço pra andar de moto.
Voltamos pelos trilhos, ver se tinha alguma coisa aberta, pensa que a gente ia chamar muita atenção de calção e meia de jogadoras de futsal.
Perdemos o jogo, não deu tempo de voltar.
Paciencia.
Não dá abraçar o mundo.

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