segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Obrigada, meu Deus!!



Este é o lugar de onde eu jamais deveria ter saído.
Este é o lugar simples da minha infância, o lugar de onde precisei sair para reconhecer que este sempre foi o melhor.
É o seio da minha meninice, onde sorri e chorei pelas primeiras vezes, onde descobri e é o espaço que testemunhou minhas rupturas iniciais.
Este é o lugar!
Se eu desejei melhores coisas, demorei para compreender que estas coisas, poderia ter acontecido por aqui, ao invés de longe.
Por entre meus dedos deixei que o meu canto escapasse, eu o perdi e quando o quis novamente, não pude retornar.
E tive então de me perder por tantos caminhos, tantas dificuldades, longe da minha tapera velha que não me desamparou nunca.
Me sinto como nos livros que contam tantas histórias de filhos pródigos que retornam à sua casa.
Esta casa velha que eu coloquei tantos defeitos, que eu não quis morar, que eu quis deixar desprezivelmente, mas que me concebeu,me viu crescer e a que, depois de tantos rodeios e andanças, retorno.
Mal posso esperar por voltar!
Agora que finalmente posso vir para cá, e que reconheço o que significa estar no que é seu.
Mesmo que seja simples, é seu.
Este canto em que desde criança busquei temperos na lavoura,busquei hortaliças, canto em que aprendi a cozinhar, fazer bolos e outros quitutes que as avós ensinam para que as gurias sejam prendadas, porque tem que ser assim com “moça direita”.
Costumes que achei não terem nenhuma utilidade, que não fiz questão de cultivar porque achei as ciências e o meu mundo mais relevantes e parecidos comigo.
Eu não podia compreender que isto sim eram “ciências de baixa tecnologia” e nem por isso menos ciências; as minhas teorias não tinham nenhum sentido se eu não respeitasse e cultivasse a minha própria raiz.
Mas hoje, depois de experimentar pedaços de caminhos difíceis, eu volto para meus velhos avós e a casa onde nasci, simples, sem luxo, mas que é o lar onde vou ficar e melhorar com os conhecimentos que possuo.
E ainda que venham os reveses naturais à vida , eu agora compreendo, que o meu lugar é aqui, este é o meu lugar, do qual não devo me separar;é nele que devo permanecer. Se ele estiver feio, mal cuidado, eu devo cuidar dele, devo plantar flores, frutos, tudo o que for vivo.
No meio da cidade, no meio da velocidade do que chamamos de mundo moderno, quero amar e viver neste pedacinho que é meu para sempre, respeitando o que é terra, o que é gente, o que é costume de gente simples porém, indispensável!
Viva a vida!
Obrigada, Senhor!

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